segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Ela me procurou...

Ela me procurou, bateu em minha porta, entrando rapidamente antes mesmo que houvesse uma resposta, e disse:

-Entendi! Entendi! É preciso viver!

E continuou com um largo sorriso:

-É preciso viver, é preciso abraçar o desconhecido, não ter medo do futuro e correr riscos! Eu entendi que viver é correr riscos sem ter medo, só preciso mensurar os riscos e não tirar os pés do chão sem antes calcular as possibilidades, as boas e as ruins!

Continuei olhando enquanto ela sorria e continuava a falar numa euforia atônica:

-Tenho apenas que acreditar nas boas, rezar para que elas aconteçam e acreditar, mas sabendo que pode tudo ser diferente do que desejo.

Ela fez uma breve, muito breve, pausa para respirar e continuou:

- É isto não é?! Eu sei que é! Foi isto que quisestes dizer, não foi?! Eu sei que foi!

Depois disto, beijou-me a face como quem deseja beijar-me a alma, olhou-me nos olhos agradeceu, virou-se e saiu, no mesmo furor com que chegou, sem ao menos dar-me a chance de responder uma única pergunta.

Lembro-me bem, ela saiu como a criança que descobre um tesouro. 

Naquele instante eu percebi que ela estava crescendo, e logo saberia defender-se sozinha e a única coisa que nos ligaria seriam os sentimentos.

Chorei, não dizer se de tristeza ou de alegria pela sua conquista, apenas sei que chorei, sabia que não era tão simples como uma soma exata, mas ela estava no caminho.

Ela entendeu que existem riscos que precisam ser corridos! 



De Camila Mascarenhas

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