Ao longe eu a avistei, percebi sua angustia e tristeza. Como uma criança perdida, lá estava ela, com as costas contra o muro, abraçando os joelhos e com um olhar que me preocupou.
Fui aproximando-me aos poucos, com passos lentos, ela acompanhou-me com os olhos aflitos. Sentei-me no chão ao seu lado, ela me olhou e tentando conter as lágrimas que queriam escorrer pelo seu rosto, que naquele momento me parecia muito frágil e um tanto infantil, ela me perguntou:
-Ainda dá tempo?
Imediatamente respondi que sim, insatisfeita com a resposta disse:
-Mas vai doer!
Naquele momento cheguei a ouvi o seu coração gritando. Ela já não podia mais conter as lágrimas e derramou o coração pelos olhos. Sua dor fez nascer minha tristeza. Ela chorou como criança.
Dentro de mim haviam lágrimas também, pois eu conhecia a razão de sua vergonha e o tamanho da sua ilusão. Senti-me impotente ante a sua tristeza, sou o único a quem ela revela as debilidades, o único com quem chora, único para quem revela suas dores, e naquele momento eu queria poder chorar junto com ela, mas não podia. Ela precisava da minha força.
Tomando-a em meus braços disse que existem dores que precisam ser sentidas, ela soluçou um pouco ainda e em meu colo adormeceu.
Lindo! Lindo!
ResponderExcluirEstou sem palavras muito comovente e seu estilo literário melhora a cada postagem.Sou feliz por ser sua amiga.Esqueci o URL.