segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Encontro...


Que bom que você chegou... Gostaria de poder viver aí, e se fosse possível não voltar, mas não posso, tenho que permanecer aqui, sei disso...
...
Desculpe, sei que é covardia, sou covarde as vezes, mas também sempre enfrento o que me aflige, mesmo quando a vontade de fugir chega assim , forte!
...
Não precisa se preocupar, não vou mais falar disto, deixa pra lá, não se preocupe, já esqueci, vou chorar um pouco e isso passa, mas antes de você ir, e antes que eu acorde, me faz mais um pouco de cafuné e me abraça forte, é que eu sinto muito sua falta e sempre que você me abraça acordo com seu cheiro!

Quando você vem novamente?

...
Tudo bem, sei que mais cedo ou mais tarde você virá!
...
Te amo!


De Camila Mascarenhas

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Só Hoje

Hoje lembrei da razão de um dia ter transformado em tempestade uma gota d'água...

Hoje lembrei a razão de ter expulsado você daqui, dalí, de lá e de todo lugar onde você sempre estava...

Hoje eu fiquei triste...

Hoje o tempo que passou voltou depois que fui embora e até aquela tatuagem que fiz, e que leva teu nome, doeu como no dia em que foi feita...

Hoje pensei em tudo que foi, em tudo que é, no que desejei, no que não foi, no que deveria, no que não é, e no que nunca será...

Hoje o estranho se fez amigo intimo, e o amigo intimo se fez estranho...

Hoje sentimentos adormecidos acordaram e senti ciúme, saudade e inveja, só não senti alívio...

Hoje amei como um dia e como nunca mais...

Hoje tudo novo, que era velho, de novo...

Tudo isto, só hoje!



(As vezes nos identificamos nas dores das outras pessoas, por isto, dedico este Verso Solto  a Emília Farias)


De Camila Mascarenhas

Ela me procurou...

Ela me procurou, bateu em minha porta, entrando rapidamente antes mesmo que houvesse uma resposta, e disse:

-Entendi! Entendi! É preciso viver!

E continuou com um largo sorriso:

-É preciso viver, é preciso abraçar o desconhecido, não ter medo do futuro e correr riscos! Eu entendi que viver é correr riscos sem ter medo, só preciso mensurar os riscos e não tirar os pés do chão sem antes calcular as possibilidades, as boas e as ruins!

Continuei olhando enquanto ela sorria e continuava a falar numa euforia atônica:

-Tenho apenas que acreditar nas boas, rezar para que elas aconteçam e acreditar, mas sabendo que pode tudo ser diferente do que desejo.

Ela fez uma breve, muito breve, pausa para respirar e continuou:

- É isto não é?! Eu sei que é! Foi isto que quisestes dizer, não foi?! Eu sei que foi!

Depois disto, beijou-me a face como quem deseja beijar-me a alma, olhou-me nos olhos agradeceu, virou-se e saiu, no mesmo furor com que chegou, sem ao menos dar-me a chance de responder uma única pergunta.

Lembro-me bem, ela saiu como a criança que descobre um tesouro. 

Naquele instante eu percebi que ela estava crescendo, e logo saberia defender-se sozinha e a única coisa que nos ligaria seriam os sentimentos.

Chorei, não dizer se de tristeza ou de alegria pela sua conquista, apenas sei que chorei, sabia que não era tão simples como uma soma exata, mas ela estava no caminho.

Ela entendeu que existem riscos que precisam ser corridos! 



De Camila Mascarenhas