quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Até


(...)
Tchau, boa noite, vou indo e a bagagem que levo nas mãos é a solidão abraçada com um desejo de carinho e de ouvir aquele silêncio que fala muito, mas principalmente, vou levando comigo o desejo intenso de perder o medo!
(...)
É, exatamente, desejo de perder o medo! Tenho medo de te olhar nos olhos, pois eu sei que se te olhasse fatalmente nossas bocas se encontrariam, se eu perdesse o medo... Mas não, ele permanece aqui!
(...)
Não vou te abraçar, se te abraçar posso desistir de partir! 
(...)
Não! Não se aproxime, apenas me estenda a mão e me deixe ir com minha bagagem, é melhor assim!
(...)
Eu sei, mas não fique triste,  isto é tudo que podemos ter agora, um estender de mãos, não fique triste, até que gosto da bagagem, é uma forma de te levar comigo!
(...)
Bom... Até.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O que interessa

Houve um tempo que pouco para mim estava ótimo. 
Hoje quero muito mais, na verdade quero tudo.
Pouco não me satisfaz e talvez o muito ainda não seja o bastante!
Não quero o cenário, quero a paisagem!
Não quero o sentimento, quero o coração inteiro, o corpo e o desejo, quero tudo, o suor, o toque, a voz, o suspiro, o gesto, o gosto, o gozo, o riso, o choro, o pensamento, o futuro e o presente, só não quero o passado!
Passado serve apenas para quem o viveu, eu quero o presente e o futuro!
Quero o beijo na chuva, as mãos dadas no passeio público, o corpo a me aquecer na cama, a companhia na mesa, o ombro na dor, o colo no choro... Quero tudo!
Quero o coração que dispara, as mãos que gelam, a saudade na distância, a falta na ausência, sei que lágrimas podem surgir, então eu também as quero, mas que sejam de amor, não de dor, se forem de dor que o amor as seque!
Quero as flores da primavera, o mar do verão, ver as folhas espalhadas no outono e sentir corpos se aquecendo no inverno, quero!
Não quero nada pela metade, quero tudo, copo sempre cheio, mesa sempre posta, cama sempre pronta.
Isto é o que quero e também o que ofereço. Isto é o que interessa.

Hoje teu nome é Saudade

Tua ausência dói na mesma proporção que tua presença me fazia feliz... Depois que você se foi, meu coração passou a bater mais devagar, mas resistente e mais pensante.

Lembro-me dos anos que estávamos longe de todos, tínhamos apenas um ao outro, choramos juntos, sorrimos juntos, fomos incríveis, foram anos incríveis! Parte de mim partiu contigo, a parte que ficou tornou-se forte por teus exemplos, mas também é portadora desta grande saudade!

Espero que as minhas cartas cheguem até você com a força de todo amor que sinto, e espero que escute minha voz, minhas preces, que elas cheguem até você como um abraço apertado e um sorriso afetuoso.

Meu Cadinho, fica aí com Deus, um dia eu chego e seu nome deixará de ser Saudade, o que me conforta é nosso reencontro!

Até.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Esta Noite...

Esta noite te espero no lugar onde nos conhecemos...
Que Deus nos ajude e ninguém roube meus sonhos que são teus, pois preciso sonhar contigo para matar a saudade e acordar com a sensação que dormimos juntos.
Então, até logo, não demore!

domingo, 19 de setembro de 2010

Naufrágio

Esta noite eu tive um sonho, sonhei com um naufrágio, mas só lembrei agora, agorinha a pouco. Poderia contar o sonho todo, mas foi só um sonho que na verdade nem faz sentido.
Bom, o estranho disto é que hoje estava procurando alguns livros que já li para perdê-los por aí, quem sabe alguém os encontra e lê?! 
Buscando tais livros, fui até o quarto de hospedes, pois eu sabia que lá havia uma caixa com alguns livros lidos, quando lá cheguei encontrei a caixa, mas dentro dela, embaixo dos livros havia um pacote com coisas que me pareciam escondidas. A caixa era minha, os livros eram meus, mas e aquilo ali escondido o que era?
Era a pessoa que naufragou comigo, você!
Não sei quem te escondeu ali, mas lá estava você. Pedaços nossos, presentes, fotografias que nunca deveriam ter sido tiradas, objetos teus que ficaram para atrás depois que partiste. Evidências do naufrágio que nos afogou.
Ao olhar tudo aquilo pensei: "Por que alguém guardaria isto?"
Eu acreditava que aquelas coisas ali escondidas já não existiam, achei que alguém já tinha jogado fora como eu pedi a tanto tempo atrás, mas não e naquele momento eu também não tive coragem de jogá-las, talvez se eu não tivesse sonhado justamente esta noite com o naufrágio, talvez eu tivesse coragem, mas eu sonhei e não tive...
Guardei, quero dizer, escondi tudo novamente e depois chorei. Pensei que tudo poderia ter sido diferente, e senti saudades de quem éramos lá no início, lá do começo, quando ainda não nos conhecíamos, quando éramos um mistério um para o outro, antes de entrarmos naquele barco.
Chorei por ter fracassado, por ter sofrido, por saber que você também sofreu, chorei pela cicatriz triste nas nossas vidas, por me lembrar que da ultima vez que nos vimos nem eu nem você éramos mais portadores daquele sorriso sem mácula que possuíamos quando nos conhecemos.
Chorei por esta história triste, e foi um choro de quem lê um livro que termina sem final feliz.
Não foi um choro de saudade, foi de tristeza, por saber o que significava tudo aquilo ali escondido, por saber que esta triste marca que trago comigo alguém também leva consigo, e isto era o que mais me doía.
Apesar de hoje seguirmos muito mais felizes, de sermos pessoas muito melhores, existe no escaninho da alma esta pequena grande tristeza escondida dentro de alguma caixa, em algum lugar, tão bem guardada que nem nos lembramos dela, só quando coisas como esta de hoje acontecem, mas sentimos seu peso constantemente.
Apesar de sabermos que foi melhor assim, nada nos convence de que seria muito melhor se nunca nem tivéssemos entrado no barco.

sábado, 18 de setembro de 2010

Cartas a Ninguém...


Eu ainda escrevo cartas.

São longas cartas, as vezes alegres as vezes tristes.

Algumas cartas são para conhecidos, outras para quem ainda não conheço e existem ainda cartas para quem nunca conhecerei.

Escrevo, coloco no envelope, selo e as envio.

Não importa a quem são remetidas, quem recebe todas as minhas cartas é Ninguém.

Ninguém já recebeu mais de mil cartas minhas, mas nunca respondeu nenhuma.

Talvez Ninguém não goste de responder cartas, talvez não goste de receber as minhas, mas também nunca reclamou!

Apesar de morar dentro do meu guarda-roupa, não vejo Ninguém todo dia.

Vejo Ninguém quando escrevo cartas para qualquer pessoa, e isso não é sempre.

Existem pessoas que pensam que sempre é todo dia, então é importante dizer que eu escrevo cartas só de vez em quando.


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Estrelas...


E alguém falou para outro alguém que ouvia:

-Meu bem, vai até a janela e olha para o céu, prova contar as estrelas, cada uma delas... Quando cansares, ainda não terá contado o bastante para saber quanto bem te quero!

Cada riso teu é para mim uma aurora, ainda que o dia esteja em decurso. A tua alegria, quando sem mácula, mesmo se me trás algum pesar, estranhamente me faz também feliz.

Quero tua felicidade ostentar e buscar fazer-te sempre mais feliz, talvez esta seja uma pretensão descomedida, mas é certo que quando se pretende o máximo, ainda que ele não seja alcançado, aquele que tentou encontrar-se-á mais perto do alvo que do ponto de partida.

Guarda bem minhas palavras, deve gravá-las em teu coração, pois onde fores haverá  céu e quando olhares as estrelas estas palavras te alegrarão e saberás que sempre estarei contigo.

sábado, 11 de setembro de 2010

Queria que você...

É uma vontade de adolescente esta que sinto de ouvir a tua voz...
Pensei em te ligar para gravar você dizendo "Alô!", só para depois ficar escutando...
Vontade de te ver... Isso é fácil, fecho os olhos e vejo você, vejo tudo... Você sorrindo, dormindo, cada movimento, vejo desde o primeiro momento, aquele que não aproveitei, lembra? Claro que lembra, você se zangou...
Se você soubesse tudo que já passou pela minha cabeça, você decerto se assustaria! Não! Não adianta perguntar, eu não vou falar.
Adoro esse sei jeito de fingir que sou a pessoa mais importante do mundo, sabia? E quando estou contigo vivo esta fantasia completamente, é maravilhoso!
Não! Não durma agora, é que quando dormimos o tempo passa mais rápido. Seria bom parar o tempo aqui agora! 
O que? O que eu disse? Nada não, vai, fecha os olhos, dorme, eu vou te assistir dormir, me agrada ter você sonhando ao meu lado.
Droga! Está amanhecendo, ainda bem que está chovendo, demora mais para amanhecer quando chove. Poxa! O tempo não parou com nós dois abraçados.
Gostei de ouvir teu coração quando coloquei minha cabeça sobre teu peito, imaginei até ele falando meu nome, você nem notou, já estava dormindo. Percebeu? Nossa, pesou? Não? Que bom! Também gostei!
Esta noite foi tão rápida, você dormiu e me abraçou, cada movimento que eu fazia, você me apertava, parecia que temia minha fuga, na verdade eu gosto de pensar assim, mas eu sei que era por causa da cama de solteiro, você estava com medo que eu caísse, com você já caiu.
Eu? Dormi! Dormi sim, quer dizer, cochilei duas vezes e sonhei com você! Juro! Então está bom, mas por que eu mentiria?
Bom, está na hora de ir, mas antes queria que você soubesse...
...

Uma Lição

Nesta existência uma das lições que me foi dada, foi a de amar os que partem cedo e os que estão longe dos olhos...

Experimentar a morte dos maiores amores e a saudade dos grandes amigos que encontram-se distantes...



 


Este aprendizado fez-me forte, fez-me grande, mostrou-me que estar junto não é sinônimo de estar perto, mas sim de manter dentro, onde a chama dos sentimentos aquece a alma e dá ânimo à caminhada dos que aprendem a conviver com a perda e a distância...
Agradeço ao Pai amantíssimo tal aprendizado, porquanto assim, através dele, alcancei irmãos, mães, filhos e pais além do sangue...
Do que seria solidão, construí amizade, companheirismo, alegria, caridade e amor...


Esta lição aprendi!

Juntos

A distância não existe para os corações que caminham juntos...


 

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Uma luz mais forte

 
 Não permita que se turbe o vosso coração. Quando apagar a luz de uma esperança, certamente, uma luz mais forte acenderá, trazendo a claridade os caminhos desconhecidos da felicidade.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

As imagens...

(Poderia também chamar-se Desapontamento)

 


Venho falar do que a tem consumido

Estou falando do que a perturba
Falo do que a corrói lentamente

A imagem...


Capturada

Agarrada
Embaraçada
Fixa
Atada
Tolhida
Reclusa

A imagem na memória...


A imagem que veste a memória dela é o som

A imagem que rouba a memória dela é a explosão do teu sorriso, tua gargalhada
A imagem que arrasta a memória dela é a moça de negro que ao longe observava tua naturalidade supostamente alheia à sua vergonha e dor
Da abertura por onde entram a claridade e o ar, três andares acima, à moça de luto, cujo coração sangrava ao observar-te, não por ver-te gargalhar, mas por tê-la feito frágil
Neste instante ela foi envolvida pela imagem da tua ausência premeditada e má

A imagem na memória...


Guardada na memória está a imagem do toque

O cabelo ao rosto
Guardada na memória está a imagem do olhar
A visão do coração carecente
Guardada na memória está a imagem do abraço
Espaços curtos de tempo
Guardada na memória esta a imagem do querer
Entregar sem defesa

Imagens que inclinam o espírito da moça a acroase

domingo, 5 de setembro de 2010

Como se nunca houvesse quebrado outrora...


Estava sentado apreciando a paisagem e ela chegou falando como se me conhecesse:

-Ah, a vida! A vida é engraçada, me sinto igualzinha aos meus 14 anos de idade, mas, claro, sem os pavores e temores que tal idade comporta... É como voltar no tempo, sem perder o que a vida me deu... Sabe jovem, isso é algo muito raro, não é para todos, sou uma pessoa de muita sorte! É algo muito bom de ser sentido, é como reconstruir o que se quebrou, como se nunca houvesse quebrado outrora, sem cicatrizes ou marcas, é um nascer novamente.

Ela então calou-se. Calado estava, assim permaneci, mas naquele dia meditei muito sobre aquele breve monólogo inusitado e aprendi muita coisa, no entanto, restou-me uma dúvida, o que pode fazer alguem sentir-se assim?

sábado, 4 de setembro de 2010

Me cuida que te cuido...


Meu bem...


Como uma fogueira que queima a lenha, e quanto mais lenha se coloca mais queima, mais alta fica a chama, mais esquenta... É assim o que sinto por ti...


Quanto mais te vejo mais quero te ver, quanto mais te toco mais quero te tocar, quanto mais te beijo, sinto teu cheiro, teu gosto, teu calor, mais quero...


É como uma sede que não cessa, uma fome que não passa, um desejo que termina e recomeça todas as vezes que teu corpo aquece o meu...


Quero estar cada vez mais, e mais e mais contigo, me embebedando em teus carinhos e ardendo em brasa no teu amor...


Teu bem.

Pessoas...


Pessoas que, em algum momento, foram especiais em nossa vida, restar-se-ão eternas em nossos corações, pois, ainda que elas mudem, a memória de quem elas foram, e do que fizeram para que se tornassem especiais, permanecerá.

Ver-te assim...


Não queria ver-te assim...

Por que te precipitas tanto?

Para que tanta pressa?

Por que esta urgência?

Não queria ver-te triste...

Vamos, dei-me tua mão, enxuga o rosto, não penses mais nisto agora, amanhã será outro dia e verás que tudo vai passar.

Eu te amo!

Todo Dia é Hoje

Hoje...

Do amanhã não sei, no momento peço que o futuro seja como agora, exatamente como hoje, quanto nos demos as mãos e seguimos juntos caminhando. Conversávamos sobre coisas vãs e riamos... O que de fato importava era que estávamos caminhando juntos.

Amanhã não sei... Mas hoje vai ser eterno!
 

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Uma Homenagem ao Meu Irmão

Ao meu Herói

É o sono que some quando deitamos...

São as lágrimas que molham o rosto quando as luzes se apagam...

São os sons do silêncio que trazem as lembranças...

É a caneta que permite te sentir por perto...

Todos os dias quando acordo desejo estar despertando de um pesadelo e poder te encontrar como quando era criança e tinha pesadelos. Assustada, acordava e descia as escadas correndo, parando-me no meio do caminho com um abraço forte, tu dizias que foi só um sonho.

Gostaria de poder voltar ao passado e parar nos tempos de tapete e quintal...

Queria ter-te aqui agora, para pôr-me  a dormir com tuas histórias, como quando eu era criança, decerto eu adormeceria rápido, pois contigo sentia-me segura.

Queria ter-te de volta...
Queria viver mais contigo...
Queria envelhecer contigo por perto...


Salvador, 20/07/2007